As chances de existir vida em outros planetas acaba de aumentar. Pelo menos de acordo com o anncio feito na tarde desta quinta-feira (2/12) pela Nasa, a agncia espacial norte-americana, que destaca a descoberta de um organismo que cresce onde no se imaginava que pudesse existir vida. 6m1d11

O anncio, transmitido para todo o mundo pela internet, refere-se ao estudo feito por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, e colegas e publicado na nova edio da revista Science.

Os cientistas descobriram uma bactria (linhagem GFAJ-1 da famlia Halomonadaceae) capaz de sobreviver e de prosperar em um ambiente cheio de arsnio. O elemento qumico, at ento, era considerado altamente txico a quase todos os seres vivos.

Da baleia bactria Escherichia coli, ando pelo homem e todos os mamferos, os organismos terrestres dependem dos mesmos seis elementos: oxignio, carbono, hidrognio, nitrognio, fsforo e enxofre.

A bactria que acaba de ser descrita a primeira exceo. E essa inusitada forma de vida no foi encontrada em outro planeta, como inicialmente deu a entender o aviso feito pela Nasa no incio da semana, de que divulgaria “uma descoberta em astrobiologia que impactar a busca por evidncia de vida extraterrestre”. A bactria foi encontrada mesmo no hipersalino e altamente txico lago Mono, na Califrnia.

No uma vida extraterrestre, mas, segundo a Nasa, a descoberta amplia a busca por formas de vida desconhecidas, tanto na Terra como fora dela. At agora, a busca tem se voltado a planetas com circunstncias semelhantes s que se consideravam fundamentais para a existncia de vida.

Ambientes venenosos – pelo menos para a maior parte dos habitantes da Terra –, como lotados de arsnio, am a contar. A bactria a mais nova personagem entre os organismos extremfilos, capazes de sobreviver em condies extremas e prejudiciais maioria das formas de vida terrestres.

Aps recolher amostras da bactria no lago californiano, Felisa e colegas realizaram experimentos em laboratrio com o organismo. Verificaram que a GFAJ-1 foi capaz de transformar arsnio em fosfatos e at mesmo dispensar o fsforo. O arsnio substituiu o fsforo at mesmo no DNA da bactria, que continuou a crescer.

“Conhecamos microrganismos capazes de respirar arsnio, mas agora encontramos um que faz algo totalmente novo: constri partes de si mesmo com arsnio. Se algo aqui na Terra pode fazer algo to inesperado, o que mais a vida pode fazer que ainda no vimos?”, disse Felisa.

“A definio de vida acaba de se expandir. medida que prosseguimos em nossos esforos para procurar por sinais de vida no Sistema Solar, teremos que pensar mais ampla e diversamente e considerar vidas de que no tnhamos conhecimento”, disse Ed Weiler, da diviso de cincia da Nasa.