Astronomia02/12/2010 162w1j
Os perigos da Gravidade-Zero para o Corpo Humano 5m6x67
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Numa conferncia de imprensa anterior sua primeira experincia de gravidade-zero em 2007, o fsico terico Stephen Hawking afirmou o desejo do seu voo encorajar o interesse pblico na explorao espacial. Salientou que com o risco cada vez maior da Humanidade eliminar-se a ela prpria c na Terra, os humanos precisam de colonizar o espao.
Desde a, Stephen Hawking argumenta que temos que alcanar este feito em menos de dois sculos ou ento estamos condenados extino. Foi sem dvida encorajado pelo anncio do presidente americano, Barack Obama, em Abril ado, de uma nova iniciativa de enviar pessoas a Marte at 2030.
No entanto, Stephen Hawking, Barack Obama e outros proponentes das viagens espaciais de longa-durao, esquecem-se de um pormenor importante. Os seres humanos no tm capacidade para deixar a Terra durante os vrios anos que demora uma viagem de ida-e-volta a Marte, pela simples razo que a nossa biologia est intimamente ligada Terra.
Para funcionarmos devidamente, precisamos de gravidade. Sem ela, o ambiente , de vrios modos, menos exigente sobre o corpo humano, e tal observado aquando do regresso Terra. Por exemplo, os astronautas que regressavam das misses Apollo estavam claramente enfraquecidos. E isto no nada em comparao com os efeitos de uma viagem a Marte.
Um dos primeiros rgos a ser afetado o corao, que encolhe praticamente um-quarto aps uma semana em rbita. A atrofia do corao leva diminuio da presso arterial e da quantidade de sangue expelido por este rgo muscular. Deste modo, a atrofia do corao leva diminuio da capacidade de exerccio. Astronautas que regressam Terra aps meses na Estao Espacial Internacional tm tonturas e desmaios porque o sangue no chega ao crebro em quantidades suficientes.
Seis semanas numa cama equivale mesma atrofia do corao sofrida aps uma semana no espao, o que sugere que esta atrofia provocada, tanto pela ausncia de gravidade, como pela reduo simultneo de exerccio.
Outros msculos tambm sofrem. Os efeitos da gravidade-zero nos msculos dos nossos membros so fceis de verificar experimentalmente. Dado que am o peso do corpo, os msculos "anti-gravidade" das coxas e da "barriga da perna" degeneram-se significativamente quando se tornam redundantes durante o voo espacial.
Mesmo com exerccio fsico, aps seis meses os tripulantes da ISS perdem 13% do seu volume muscular na regio gemelar e 32% da fora mxima dos msculos das pernas.
Tambm ocorrem vrias alteraes metablicas, entre elas uma reduo na capacidade de oxidao de gorduras, que podem levar ao seu aumento em msculos atrofiados. Os viajantes espaciais tambm sofrem a deteriorao do seu sistema imunitrio, tanto durante como aps as suas misses.
Sem dvida que o efeito mais perigoso sobre o corpo a perda ssea. Embora a dureza e a fora do osso, bem como a relativa facilidade com que fossiliza, d-nos uma aparncia de permanncia, os ossos so na realidade um tecido vivo e incrivelmente flexvel. No final do sculo XIX, o anatomista alemo Julius Wolff descobriu que os ossos ajustam-se s cargas que tm que ar. Um decrscimo na carga leva perda de material sseo, enquanto um aumento d origem a um ganho na sua espessura.
Ento, no surpresa saber que em microgravidade espacial os ossos degeneram-se, especialmente aqueles que normalmente am maiores cargas. Cosmonautas que aram meio-ano no espao perderam quase um-quarto do material nos ossos da canela, mesmo com exerccios intensivos. Embora experincias com embries de galinha a bordo da ISS tenham estabelecido que a formao ssea continua em microgravidade, a velocidade de formao ultraada pela perda.
O mais preocupante que, ao contrrio da perda muscular que estabiliza com o tempo, a perda ssea continua a um ritmo estvel de 1-2% por cada ms sem gravidade. Durante uma misso de trs anos a Marte, caso no exista um mtodo de criar gravidade artificial, os viajantes espaciais podem perder cerca de 50% da sua massa ssea, o que tornaria extremamente difcil o seu regresso Terra e s suas foras gravitacionais.
A perda ssea no permanente. At seis meses aps o seu regresso Terra, os cosmonautas que aram meio-ano no espao mostraram recuperao parcial de massa ssea. No entanto, mesmo aps um ano de recuperao, pacientes que em experincias tinham ficado trs meses numa cama (em repouso) no recuperaram toda a massa ssea perdida, embora tivessem recuperado os msculos da regio gemelar muito mais cedo.
As agncias espaciais tero que ser muito criativas no que respeita questo de perda ssea durante os voos at Marte. Existem conceitos para naves com gravidade artificial, mas ningum sabe com certeza o que ter que ser desenvolvido para evitar estes problemas. Por agora, criaturas sem ossos, como as alforrecas, tm maior capacidade biolgica para fazer tais viagens e regressar em segurana Terra aps uma viagem de vrios anos. Para ns, humanos, a gravidade (ou a ausncia dela) um problema.
A quase-impossibilidade de escapar para o espao apenas um dos muitos exemplos de como os nossos corpos so inseparveis dos ambientes em que vivemos. Nas nossas ambies futuristas no nos podemos esquecer que a mente e o corpo esto ligados Terra quase como atravs de um cordo umbilical.
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